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Pesquisa recente realizada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) aponta falhas na acessibilidade para idosos e, por isso, sugere revisão de normas existentes e complementação das mesmas com aspectos específicos para os idosos.
A pesquisa foi foco do mestrado de Daniela Milani, pesquisadora da FAU. Com o número de idosos em crescimento no Brasil, tornou-se necessário pensar em como trazer mais bem-estar e qualidade de vida para essa parcela da população que só tende a aumentar cada vez mais. No último ano, esse grupo já representava 13% da população do país.
Para isso, a pesquisadora levantou normas e manuais, nacionais e internacionais, e bibliografia especializada, confrontando com estudos de caso e chegou à conclusão de que o caso específico do idoso é bem complicado. A pesquisa se manteve aos aspectos do quarto e do banheiro em que idosos vivem em instituições de longa permanência. Isso porque esses são os dois locais que apresentaram maior incidência de quedas nos estudos de caso analisados.
Norma de acessibilidade é deficiente – A norma de acessibilidade em vigência no Brasil é a ABNT NBR 9050:2004, que traz recomendações para que edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos possibilitem a circulação e uso de pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. Essa norma, porém, não atende algumas necessidades específicas dos idosos.
Daniela conta que para tentar suprir as deficiências da NBR 9050, há uma norma da Anvisa que regulamenta o funcionamento de instituições de longa permanência, trazendo exigências e recomendações. Isto, porém, ainda não ocorre de forma precisa e completa para os idosos. Essa lacuna nas normas brasileiras gera dificuldade em obter informações específicas sobre como deve ser um espaço que garanta autonomia e segurança para os idosos, fazendo com que usuários e arquitetos façam adaptações intuitivas. Isso gera, muitas vezes, modificações que não são suficientes para o bem-estar dessa parcela da população e , em alguns casos, podem oferecer risco aos usuários.
Outro aspecto levantado pela pesquisa é a identificação dos idosos com o ambiente. Na maioria das instituições de longa permanência, os anciões ficam em quartos com um grande número de pessoas. Isso impede que cada um deles leve consigo uma quantidade considerável de objetos pessoais, deixando suas identidades para trás. Esse fato atrapalha no aspecto psicológico dos idosos, que muitas vezes já sofrem de perda de memória e não tem consigo objetos que poderiam trazer lembranças.
A pesquisadora chegou, ao fim de sua análise, a uma série de recomendações para a acessibilidade de quartos e banheiros de idosos. Essas orientações são referentes a aspectos como a área dos ambientes, iluminação, sinalização de emergência, interruptores, travas, temperatura ambiente e mais uma série de pontos como tapetes, janelas, barras de apoio e degraus.
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Daniela acredita que os órgãos regulamentadores deveriam rever as normas existentes e complementá-las com aspectos específicos para os idosos. Dessa forma, as instituições teriam mais informações para se apoiar, trazendo adaptações que ajudariam no bem-estar dos usuários, bem como na diminuição do número de quedas. “Com uma regulamentação mais abrangente é possível cobrar e garantir maior qualidade e eficiência em produtos e projetos voltados para essa parcela crescente da população.”, explica.
Por Dimítria de Faria Coutinho, da AUN/USP
Fonte: FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/USP
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